Depois do show "Teatro de Açúcar em concerto", o ator, músico e dramaturgo Marco Michelângelo apresenta o "Surf à Seco", concerto que adota e provoca diversos estilos musicais, onde cada canção funciona como um número cênico, ora injetando na cena a sofisticação do jazz e da bossa, ora convocando uma ironia inflamada, típica do movimento tropicalista. Nesse viés, o espetáculo insinua a elegância de números de cassino-bar, o preciosismo de um concerto de câmara e até o despojamento arredio de uma barulhenta noite de roda punk.
Valendo-se da estrutura narrativa de uma coletânea de crônicas, Marco Michelangelo desenvolve uma espécie de "monólogo cantado" capaz de convidar o público para um jornada musical por diferentes paisagens sonoras.
Com dez anos de trabalho dedicado a criação e execução de direções musicais e trilhas sonoras originais para espetáculos de teatro, Marco Michelangelo volta ao palco para expor seu trabalho mais recente. Definindo-se como um ator abduzido pela linguagem da música, o intérprete utiliza artifícios teatrais na criação do show "Surf à Seco", a um só tempo influenciado pela estrutura e os interesses do universo teatral e musical.
Depois dos shows "Surf en Seco - Nova Bossa Nova" (Espanha, 2011) e "Teatro de Açúcar em concerto - As canções da cia." (Brasília, maio e outubro de 2014), o ator, músico e dramaturgo Marco Michelangelo apresenta o projeto "Surf à Seco", concerto musical que assume (e provoca) diversos estilos musicais, com canções que primam pelo jogo cênico tanto pela sonoridade e arranjo, quanto pelas letras e interpretação que revelam cenários, histórias e personagens. Valendo-se da estrutura narrativa de uma coletânea de crônicas, Marco Michelangelo desenvolve uma espécie de "monólogo cantado" capaz de convidar o público para uma jornada musical por diferentes paisagens sonoras.
Entre os personagens presentes no "Surf à Seco" estão uma cantora de jazz que não domina o idioma inglês; um cachorro que compõe um love song para denunciar suas desventuras miseráveis; um intelectual prolixo que fala muito e diz nada; e um punk apaixonado pela bossa-nova de João Gilberto.
Munido de voz e violão, além de participações pontuais de outros músicos, o "Surf à Seco" exibe canções autorais, que trazem à tona personagens e situações, numa profusão de metáforas com o intuito de explorar carnavalizações, medo, exibicionismo, identidade, escracho e poesia.
Cada canção em "Surf à Seco", funciona como um número cênico, ora injetando na cena a sofisticação do jazz e da bossa, ora convocando uma ironia inflamada, típica do movimento tropicalista. Nesse viés, o espetáculo insinua a elegância de números de cassino-bar, o preciosismo de um concerto de câmara e até o despojamento arredio de uma barulhenta noite de roda punk. Assim, as contradições sonoras e cênicas do espetáculo, escancaram um painel orgânico repleto de referências e comentários sobre estilos musicais, recursos cênicos, arranjos imprevisíveis, construção de personagem; em suma, sobre o sabor da arte contemporânea, elaborada numa cidade cheia de referências que se entrelaçam, alimentando e devorando umas às outras.
Fonte: Pedro Caroca - V4 Cultural