Fase Catarse é uma trilogia de trabalhos em fotografia realizados entre 2008 e 2011, pelo artista Pedro David. As três séries têm em comum a interpretação do ambiente urbano próprio do artista, em um período específico de sua vida.
As séries versam, de maneira lírica e transformadora, sobre a questão imobiliária: a dificuldade de encontrar um lugar para se viver nos centros urbanos, a educação e a relação entre vizinhos, e o esforço de recuperação após a morte de um parente próximo, através da exploração de seu ambiente e pertences.
Cada um dos trabalhos foi realizado enquanto o autor passava pelas situações descritas, o que fez com que a fotografia passasse a ser utilizada como instrumento de catarse, que o
guiou por cada uma destas situações vividas e o ajudou a entendê-las e passar por elas.
A exposição é composta de 32 fotografias impressas em diversos tamanhos, como 110x110 cm, 90x90cm, e 50x50 cm, e uma instalação áudio visual composta também por fotografias
editadas em vídeo, acompanhadas por pequenos poemas que introduzem cada série, também escritos por Pedro David.
SOBRE AS SÉRIES
Aluga-se, 2008: “É uma coleção de fotografias realizadas em apartamentos vazios, oferecidos para locação, que visitei durante parte do ano de 2008 à procura de um novo lar.
São paredes vazias, que registram o caminho da luz dentros destes ambientes. Parte do registro de uma procura para criar uma metáfora sobre a vida nos grandes centros. A busca
da luz, presente nas fotografias, alude diretamente à observação do futuro inquilino, que observa a luminosidade dos apartamentos visitados, e simbolizam a busca de sentido do urbanóide contemporâneo.”
São 11 Fotografias quadradas, impressas em papel de algodão, em dimensões de 110x110 cm, emolduradas e protegidas por vidros.
Coisas Caem do Céu, 2008/2009: “Fotografias em "close-up" de objetos insignificantes,
que foram lançados por vizinhos por suas janelas, e caíram na área privativa do apartamento em que fui morar após a busca frenética registrada na série Aluga-se. Objetos que nem sequer mereceram ser dispensados à lixeira, tendo sido simplesmente lançados para fora das vidas dessas pessoas, ganham uma atenção especial depois de serem encontrados sobre o piso cimentado de minha residência. Estes objetos foram colecionados
e cuidadosamente fotografados com uma técnica semelhante à utilizada para fotografar esculturas.
São 21 fotografias de 50x50 cm, impressas por jato de tinta em papel de algodão, montadas em 3 colunas de 7 fotografias, num políptico.”
Última Morada, 2010: “Após a morte de minha mãe, volto ao seu apartamento, que há até pouco tempo dividíamos, para esvaziá-lo. Perambulo por seus pertences por cerca de um mês antes de retirar alguma coisa. Ali sozinho, sinto ainda sua presença, que pouco a pouco, quadro a quadro passa a dar lugar a sua permanente ausência. Fotografo livremente sua última morada. A série foi editada em um vídeo onde 15 fotografias são sequenciadas em lentas fusões, que pouco a pouco passam a seguir um som ofegante de respiração.”
SOBRE O ARTISTA
Pedro David (MG) – Nascido em Santos Dumont, MG, em 1977, formado em jornalismo em 2001 pela Puc - Minas. Cursou pós graduação em artes plásticas e contemporaneidade na Escola Guignard – UEMG, em 2002. Dedica-se a interpretar, através de diversas vertentes da fotografia, as relações entre o homem e seu ambiente. Publicou em abril de 2008, pela editora Cosac Naify, o livro Paisagem Submersa, em 2012 O Jardim, pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, e em 2013, Rota Raiz, pela editora Tempo D’Imagem.
Fase Catarse
Mostra fotográfica de Pedro David
Inauguração: 23 de abril de 2015 às 19h
Visitação: Até 31 de maio de 2015
De segunda a sexta, das 10h às 19h
Domingos, das 12h às 16h
Local: A Casa da Luz Vermelha
Telefone: (61) 3878-9100
Realização: A Casa da Luz Vermelha
Apoio: Win Light