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Edson Celulari e Cacá Carvalho

19/11/2011

Carinhosamente atenderam Renata Pantoja e Luiz Carlos Gomes da Brasília Web. Confira a entrevista.

Os talentosos Edson Celulari e Cacá Carvalho chegaram em Brasília para apresentar a peça “O Fim do Jogo”, um texto de Samuel Beckett, com tradução de Millôr Fernandes e dirigido por Francisco Medeiros.

E carinhosamente atenderam Renata Pantoja e Luiz Carlos Gomes da Brasília Web. Confira a entrevista.

BW – Qual é a temática da peça?

Edson e Cacá – É uma peça super atual, poucas vezes encenada no Brasil, é um texto inteligente, sério, profundo, com possibilidade do riso, uma vez que o ridículo humano é engraçado e que está proporcionando um prazer muito grande para nós dois em fazer. Ela conta com dois personagens, um cego e outro quase cego que invertem os papéis durante a peça fingindo não entender algumas situações.

Veja bem, são duas pessoas que por comodismo, por falta de atitudes, se deixam levar pela inércia, onde não existe a vontade de mudar, simplesmente se fazem cegos por não querer enxergar as maracutaias, as “jogatinas”. E esse jogo movido sem escrúpulo, onde eles “trocam de camisa sem ter o mínimo de amor à bandeira”, entende?.

Esse texto nos remete a reflexões importantes nos dias de hoje, onde buscamos a renovação, a capacidade de dizer não e de mudar, principalmente em se tratando de política. Aliás isso nos faz lembrar de algo muito familiar.. o Brasil, não é verdade?

BW – Como é essa parceria, essa convivência entre Cacá e Edson ?

Edson – É maravilhosa!. Eu conheci o trabalho do Cacá em Macunaíma e outros trabalhos maravilhosos, depois tive o privilégio de atuar com ele em Hamelet. Daí propus um novo encontro e estamos mais uma vez atuando e o Cacá é uma pessoa extremamente talentosa, irrequieta, generosa, que é capaz de realizar trabalhos incríveis aos extremos de linguagem, podendo fazer Silvio de Abreu, Samuel Beckett, Molierè, enfim é muito bom.

Cacá – Depois dessas palavras só me resta agradecer e retribuir, porque penso o mesmo dessa pessoa linda, desse ator talentoso que se chama Edson Celulari, que me proporciona uma troca de energia no palco com uma generosidade fantástica, uma vez que não simples de se fazer. Obrigado.

BW – Vocês conseguem levar suas peças em todos os estados brasileiros?

Edson e Cacá – Infelizmente não. Nós queríamos muito atuar nos quatro cantos do Brasil, mas as barreiras, muitas das vezes, não está na aceitação do público e sim na política adotada por cada Estado, cada Município.

É só ver o perfil de cada cidade, por exemplo, a cidade que não recebe com frequência esse tipo de espetáculo, não tem dentro uma expressão teatral, um incentivo por parte do órgão competente e por consequência não tem o hábito de assistir peças de teatro.

Acho que a iniciativa tem que partir das políticas locais ou seja, é responsabilidade do governo local cuidar para que essas expressões culturais, não só teatro, como música, artes plásticas, enfim, cheguem ao conhecimento do público, pois é tão importante quanto cuidar da saúde, do saneamento e de todos os direitos básicos de cada cidadão.

Reportagem: Renata Pantoja
Fotografia: Luiz Carlos Gomes


Original: http://www.brasiliaweb.com.br/integra.asp?id=34412&canal=8&s=88&ss=0