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30/10/2015 Exposição com gravuras de um grupo secreto de artistas europeus chega à CAIXA Cultural Brasília A CAIXA Cultural Brasília apresenta, de 11 de novembro de 2015 a 3 de janeiro de 2016, uma exposição que promete instigar a curiosidade dos espectadores. ‘A SOCIEDADE CAVALIERI’, com curadoria de Pierre Menard, conta a história de uma sociedade secreta de artistas gravadores, que durante mais de 300 anos atuou nos ateliês da Europa Ocidental e que teria reunido alguns dos maiores nomes da arte em todos os tempos. O projeto tem entrada franca e conta com o patrocínio da CAIXA e do Governo Federal. A Sociedade Cavalieri foi fundada em homenagem ao gravador italiano Giovanni Battista de’ Cavalieri (1526-1597), contemporâneo de Michelangelo, Raphael e Caravaggio e que, ao contrário destes, não foi celebrizado pela história. No entanto, Cavalieri criou um estilo artístico vigoroso, caracterizado por gravuras com imagens de monstros imaginários e criaturas antropomórficas. Um trabalho tão forte que acabaria influenciando grandes mestres da arte. Teriam sido membros desta sociedade, gravadores como Rembrandt (1606-1669, para muitos o maior nome da arte holandesa), o notável espanhol Goya (1746-1828), o pintor e gravador inglês Hogarth (1697-1764), Giovanni Battista Tiepolo (mestre da pintura italiana, 1696-1770), o pintor e ilustrador francês Honoré-Victorien Daumier (1808-1879), o mestre do simbolismo francês Odilon Redon (1840-1916), entre outros. Todos eles, de alguma maneira e em alguma obra, reproduziram o simbolismo de Cavalieri. A exposição divide-se em duas partes. Na primeira está uma biografia de Giovanni B. Cavalieri, acompanhada de sua série de gravuras de monstros, que de acordo com o curador Menard, teria influenciado a história da arte até o começo do século XX. A segunda parte exibe a obra de renomados gravadores, membros da sociedade, influenciados diretamente pela produção de Cavalieri. De Brasília, a exposição segue para a CAIXA Cultural Curitiba. A EXPOSIÇÃO ‘A SOCIEDADE CAVALIERI’ é resultado do trabalho do artista curitibano Pierre Lapalu e está calcada no diálogo entre ficção e realidade – ou apropriação fictícia da realidade. Na verdade, a sociedade nunca existiu, embora o artista que a tenha inspirado seja real. Também é fictícia a curadoria, atribuída ao francês Pierre Menard (na verdade, personagem de um conto do autor argentino Jorge Luis Borges). Mas é real a crítica de Lapalu ao recorte histórico e acadêmico que se faz dos períodos da história da arte, capazes de ocultarem uma figura como Giovanni Battista de’ Cavalieri. Segundo defende Pierre Lapalu, o trabalho de Cavalieri não se parece em nada com as obras produzidas no chamado Renascimento, não se enquadrando no recorte humanista que faz do período: “Conheci a gravura de Giovanni Battista de’ Cavalieri quando visitava um blog russo de arte. Fiquei fascinado com suas gravuras. Obscuras, grotescas, simples e esquisitas, de uma forma complexa. Fiquei ainda mais curioso quando descobri que seu autor, na verdade, era um artista contemporâneo de Ticiano, produzindo num período entre Rafael e Caravaggio, ou seja, ainda naquele tempo que costumam chamar de Renascimento. Sinceramente, aquilo que eu estava vendo de Cavalieri não parecia em nada com o que me mostraram da arte daquele período”. Lapalu decidiu tornar a obra do italiano objeto de pesquisa e apresentá-la numa perspectiva da arte contemporânea. É essa a essência de ‘A SOCIEDADE CAVALIERI’. As gravuras dos outros 24 artistas membros dessa sociedade secreta foram modificadas para que pudessem ter alguma semelhança com o trabalho de Cavalieri. Cada uma das gravuras dos artistas participantes é acompanhada de um texto, que além de informações falsas sobre as obras, apresenta a argumentação do curador (fictício) sobre a ligação entre o artista e a Sociedade Cavalieri. Também não são verdadeiros os créditos e as instituições de apoio à exposição. Para Felipe Prando, que assina o texto crítico do catálogo, “Estamos diante de uma ficção construída pelo artista Pierre Lapalu. Baseado em fatos reais, o artista recria a presença do gravador Giovanni Battista de Cavalieri na história da arte. A partir da série de gravuras ‘Obra na qual se veem monstros de todas as partes do mundo antigo e moderno’, publicada em 1585, o artista inventa uma sociedade secreta e dá vida a novos monstros, colocando à prova um método até então inexistente”. A ‘SOCIEDADE CAVALIERI’ é uma exposição que lida com ficções através de apropriações. Apropria-se de obras de artistas do passado e se apropria também de uma estética discursiva das instituições e da história da arte, a fim de criar sua própria narrativa. Caberá ao público desvendar esta ficção e encontrar verdades ou mentiras nesta fábula de história da arte. PIERRE LAPALU Nasceu em Curitiba, 1985, é artista visual formado em Gravura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP). Trabalha com ficções, apropriações, processos e questões institucionais, através de desenhos, fotografias e arte digital. Participou da Bolsa Produção IV em 2010, pela Fundação Cultural de Curitiba, onde desenvolveu o projeto “O Etnógrafo Naïf”. Nesse projeto, realizou 50 desenhos de figuras humanas em situações urbanas e os atribuiu a um artista fictício, apresentando então a obra desse artista em uma exposição biográfica. Também participou da Bienal Internacional de Curitiba em 2013, onde apresentou pela primeira vez a instalação “A Sociedade Cavalieri”. Em 2014 recebeu o prêmio nacional no III Salão Xumucuís de Arte Digital em Belém/PA. Exposição ‘A SOCIEDADE CAVALIERI’ Local: CAIXA Cultural Brasília | Galeria Vitrine (SBS Quadra 4 Lotes 3/4) Horário: de terça a domingo das 9h às 21h Original: http://www.brasiliaweb.com.br/integra.asp?id=42556&canal=14&s=84&ss=0 |
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